Pastor, Conferencista e Professor de Teologia

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domingo, 6 de março de 2011

O que você entende por tolerância religiosa?



Estamos vivendo em uma época onde a liberdade e a tolerância religiosa em muitos lugares ao redor do mundo ainda é uma questão a ser discutida e defendida.

Mesmo em países democráticos como o Brasil onde ultimamente temos presenciado uma espécie de onda da “supervalorização dos direitos humanos”, é possível observar que em detrimento à tolerância religiosa, o tema ainda não é levado muito a sério.

Diante deste fato, o que pode ser compreendido por tolerância religiosa?

Segundo o Dicionário de Língua Portuguesa, a palavra tolerância quer dizer expressivamente: Atitude de reconhecimento, na teoria e na prática, do outro como outro e; capacidade de diálogo, de compreensão e de respeito mútuo entre posições tolerantes com idéias e valores diferentes; respeito aos direitos universais inalienáveis da pessoa humana; reconhecimento da diversidade cultural, contrapondo-se à hegemonia de uma cultura que domina e marginaliza as outras; resistência a tudo aquilo que provoca opressões e desigualdades sociais; ação solidária na superação das desigualdades sociais; valorização da diversidade cultural a partir da consciência clara do valor da própria identidade e de seus limites; capacidade de cooperação para alcançar objetivos comuns; atitude de solidariedade entre indivíduos, grupos, povos, nações e, também, dos seres humanos para com a natureza em geral.

Em sentido geral, tolerância siguinifica tudo isso, mas no âmbito religioso toda identidade, para se erguer se depara com outras identidades, estabelecendo com estas uma atitude relacional de aproximação e/ou de afastamento. O problema no segundo caso se dá quando esta atitude de afastamento se configura num comportamento de negação do outro, que se expressa numa não-aceitação de suas diferenças, transformando-se numa postura, em âmbito democrático, que inviabiliza a este diferente o direito, a legitimidade de existir e ter seus direitos reconhecidos. Neste segundo caso, a tolerância torna-se comprometida e o respeito mútuo às diferenças acabam desaparecendo.

Na modernidade, o sentido mais relevante do conceito de tolerância pode ser reconstruído articulando duas esferas que se interpenetram: a religiosa e a política. Num primeiro momento, o valor ético de tolerância surgiu da tensão entre identidade e diversidade religiosa. Esta, contudo, submetida àquela. Isso porque a tolerância à diversidade de posições religiosas não chegou a ultrapassar rigorosamente os limites da identidade do próprio cristianismo como a única religião verdadeira. A relação entre identidade e diversidade tem nuanças específicas em Locke e em Voltaire.

Na Carta acerca da tolerância, Locke procura pensar a religião cristã distinta do poder estatal, inserida em uma sociedade contratualista e, portanto, fundada sobre princípios civis. A separação entre o poder religioso e o poder civil garante, por conseqüência, a liberdade religiosa mais ampla envolvendo as diversas religiões, cristãs e não cristãs. Assim, pode-se dizer que a tolerância religiosa expressa por Locke está alicerçada no princípio da diversidade. Mas, de modo em geral, será que as pessoas têm entendido este princípio e tem contribuindo com isso?

O filósofo inglês revela esta posição ao falar da necessidade de tolerância do cristianismo com outras religiões, afirmando que o critério para definir a verdadeira religião não é somente a Sagrada Escritura, mas também a adesão autêntica a qualquer religião como verdadeira. Para Locke, os cristãos papistas e luteranos pertencem a religiões diferentes, pois não possui, em última instância, a mesma regra de fé. Desta forma, os papistas não podem a rigor julgar os luteranos de heresia. Seguindo este ponto de vista, podemos entender que tolerância religiosa está ligada a este principio.

A falta desta compreensão pode comprometer a idoneidade qualquer entidade religiosa seja ela cristã ou não. Todo grupo, político ou religioso, que tentam inibir o desenvolvimento de uma entidade religiosa emergente por conta de divergências de idéias, filosofias ou doutrinas cairá no erro intolerância e do desrespeito.É preciso compreender que idéias e conceitos diferentes não justifica perseguição. A liberdade de escolher sua própria religião é um direito que assiste a todas as pessoas independentemente de cor, sexo, idade e nacionalidade.

Devemos nos relembrar que há muitos casos de intolerância e perseguição religiosa no Brasil. Mas tenhamos em mente que intolerância religiosa é crime inafiançável e imprescritível. Que cada indivíduo tem o direito inalienável de viver sua religiosidade da maneira como bem escolher. Nenhuma pessoa tem o direito de interferir na vida do próximo e ninguém tem o direito de interferir na nossa.

Em suma, é necessário que aprendamos a respeitar as opções alheias e a cuidarmos mais das nossas próprias vidas entendendo com isso o verdadeiro significado do que é tolerância religiosa e o valor que ela tem para cada um nós.

Luiz Carlos B. Ferreira é Ministro membro da CEADEB/CGADB, Mestre em Teologia Ministerial com concentração em Psicanálise Pastoral pelo FATECBA, coordenador da ESTEADEB em Valente-Ba e 1º Vice Presidente da Assembléia de Deus em Valente-Ba.

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