Pastor, Conferencista e Professor de Teologia

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Este Blog tem como objetivo deixar aos que se dedicam ao estudo e ensino da Bíblia downloads diversos de material teológico afim promover o ensino da Palavra de Deus de forma mais eficaz! Fique aqui e confira!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

As vestes Sacerdotais




O sacerdote comum tinha quatro vestes e o Sumo Sacerdote tinha oito adornos.
As vestes do cohen comum eram:

1 - Uma camisa comprida
2 - Calças
3 - Um cinturão
4 - Um turbante

O Sumo Sacerdote também usava estes trajes, exceto o turbante. Enquanto o turbante do cohen comum apontava para cima, o turbante do Sumo Sacerdote era redondo.
Os adornos do Sumo Sacerdote:

1 - Uma camisa comprida
2 - Calças
3 - Um cinturão
4 - Um chapéu diferente do turbante do cohen comum
Além dos itens acima, o Sumo Sacerdote trajava quatro vestes de ouro. Eram elas:
5 - Uma placa que cobria o peito
6 - Um manto
7 - Um avental
8 - Uma faixa para a cabeça
A única parte do corpo de todo cohen que permanecia descoberta eram os pés.
A Torá ordena que o cohen cumpra o seu serviço descalço, posto que o piso de terra do Tabernáculo e as pedras do piso do Templo Sagrado eram santas e D'us desejava que os pés dos cohanim tocassem o solo.
Mais detalhes a respeito das vestimentas sacerdotais

SACERDOTE COMUM
A camisa longa A camisa longa era feita de linho branco e chegava até as plantas dos pés.
O cinturão
O cohen usava o cinturão por cima da camisa. O cinturão era muito longo - cerca de 19 metros - e dava muitas voltas ao redor da cintura do cohen. Era feito de tela colorida.
As calças
As calças eram curtas e feitas de linho branco.
O turbante
Ao redor da cabeça do cohen colocava-se uma cinta de linho branco que dava muitas voltas até formar um chapéu que terminava em ponta.
SUMO SACERDOTE
O Sumo Sacerdote, como o cohen comum, usava uma camisa longa, um cinturão e calças. Vestes adicionais:
O turbante
O turbante do Sumo Sacerdote também era feito de uma tira de tela branca e enrolado ao redor da cabeça, mas era chato na parte superior.
O manto
O manto era feito de lã azul. Da parte inferior pendiam sinos de ouro. Entre cada dois dos sinos havia adornos de lã, de aspecto semelhante a romãs. Quando o Sumo Sacerdote caminhava, os sinos tilintavam. Os sinos soavam para anunciar a chegada do Sumo Sacerdote no Tabernáculo, e sua saída deste.

Por que o manto tinha sinos?
D'us tinha várias razões para ordenar que se colocassem campainhas ao redor do manto.
• As campainhas serviam de lembrança ao próprio Sumo Sacerdote. Quando escutava o tilintar, compreendia quão importante era a sua função e dava o melhor de si para cumprir
todas as partes do seu trabalho cuidadosamente, com os pensamentos adequados.
• As campainhas também ajudavam o povo de Israel. Quando escutavam o tilintar, sabiam que o Sumo Sacerdote estava fazendo o serviço Divino, e participavam orando neste momento.
Aprendemos do fato de que a entrada do Sumo Sacerdote era anunciada, que a pessoa não deve entrar em sua própria casa inesperadamente. Infere-se, então, que logicamente não se deve irromper na casa de terceiros, mas sim, bater, tocar a campainha ou indicar sua chegada de alguma outra maneira.

A faixa usada na testa
Antigamente todos os judeus usavam tefilin o dia todo. Além de usar tefilin, o Sumo Sacerdote também usava o tsits na sua fronte. O tsits era uma faixa de ouro na qual estavam gravadas em relevo as palavras: "Santo para D'us", (a palavra D'us estava escrita com quatro letras Y-H-V-H). Era atada à cabeça através de três fitas azuis-celeste.
Uma vez que a faixa possuía alto grau de santidade, o Sumo Sacerdote tinha de comportar-se com o devido respeito ao portá-lo. Não lhe era permitido desviar a atenção do fato de que estava levando o Nome Divino em sua testa.
O comportamento do Sumo Sacerdote enquanto portava a faixa constitui uma importante lição para nós, enquanto colocamos tefilin. Ao usar a faixa, o cohen tinha de concentrar-se constantemente no Santo Nome de D'us. Alguém que está com tefilin, no qual o Nome Divino aparece numerosas vezes, certamente não pode desviar os pensamentos deste.
A faixa era tão sagrada que fazia todo o judeu que a olhasse sentir-se envergonhado de suas falhas. Então, quando o Sumo Sacerdote usava a faixa, isto era um mérito para o povo judeu. D'us perdoava seus pecados, pois a faixa os ajudava a se aprimorarem.

O avental
O efod (avental) era multicorido, magnificamente tecido, e tinha aspecto parecido a de um avental. Em lugar de cobrir a frente e ser amarrado atrás, o Sumo Sacerdote o prendia por trás e o amarrava adiante.
Na parte posterior era seguro por meio de duas alças que passavam por cima dos ombros até a frente. Em cada alça havia uma pedra preciosa incrustada, sobre a qual estavam gravados os nomes de seis tribos. Os nomes das outras seis tribos apareciam sobre a outra pedra preciosa.
Na frente, as duas alças sobre os ombros estavam presas a duas fivelas de ouro, das quais pendia a placa peitoral.
A placa sobre o peito
A placa sobre o peito era feita de um material belamente tecido. Era quadrada, e se dobrava ao meio, de tal modo que formava um bolso.
Neste bolso, encontrava-se um pergaminho, conhecido com urim vetumim no qual estava escrito o Inefável Nome de D'us.
Como o urim vetumim era santo, a placa era a mais importante de todos os adornos (assim como a arca era o mais importante de todos os objetos do Tabernáculo e Templo Sagrado).

As pedras preciosas da placa peitoral
D'us ordenou que se pusessem doze pedras preciosas engastadas sobre o material tecido do peitoral. Sobre cada pedra estava escrito o nome de uma das doze tribos.
Além desses nomes as pedras possuíam também as seguintes palavras na placa peitoral: "Avraham, Yitschac, Yaacov, Shivtê Yeshurun." Estas palavras adicionais estavam distribuídas sobre todas as gemas, de tal maneira que cada pedra tinha o total de seis letras.
Assim, todas as letras do Alef-bet estavam incluídas na placa. Porque a placa deveria conter todas as letras possíveis? Quando o povo de Israel precisava consultar D'us sobre assuntos importantes, essas letras se iluminavam, formando sentenças, a fim de transmitir a resposta de D'us.
A placa portava os nomes de nossos patriarcas e das tribos, para servir como lembrete do mérito de nossos grandes antepassados e o das tribos. As quatro colunas aludem ao mérito de nossas quatro matriarcas. Esses méritos auxiliavam o Sumo Sacerdote a obter expiação para o povo judeu.
Enquanto o Sumo Sacerdote usava a placa, não podia em nenhum momento esquecer o povo judeu. Tinha-os presentes (simbolizados pelos nomes das tribos) enquanto cumpria o serviço Divino. Ao rezar, pedia a D'us que os ajudasse e os abençoasse.





Como as pedras foram cortadas
As duas pedras preciosas das alças do avental e as doze pedras preciosas da placa deviam ser cortadas de um certo tamanho. Porém D'us proibiu que se usasse uma faca ou qualquer outro instrumento de metal para cortar essas pedras. As pedras incrustadas deveriam ser perfeitas, sem que faltasse a menor lasquinha sequer. Portanto, as letras sobre as gemas não poderiam ser gravadas através de instrumentos ou ferramentas, pois isto faria com que as gemas ficassem ligeiramente lascadas.
Como então, poderiam ser cortadas?
Moshê sabia que D'us havia criado na véspera do primeiro Shabat dos seis dias da Criação um inseto, pequeno como um grão de cevada, que possuía a maravilhosa habilidade de cortar qualquer material, inclusive a mais dura rocha, simplesmente passando por cima. Este inseto surpreendente se chamava shamir.
Moshê ordenou que se trouxesse o shamir. Os nomes das tribos foram escritas à tinta sobre as gemas. O shamir foi passado pelas pedras preciosas, e estas se cortaram exatamente sobre a linha marcada pelo artesão.
Quando o Templo Sagrado foi destruído, o shamir desapareceu.
Urim vetumim, o pergaminho contendo o Nome de D'us embutido na placa
Como mencionamos anteriormente, a placa peitoral foi feita de tal modo que era dobrada ao meio, formando um bolso. Neste bolso Moshê inseriu um pergaminho sobre o qual escreveu o Nome Indizível de D'us composto de setenta e duas letras.
Este nome fazia com que certas letras gravadas sobre as pedras preciosas se acendessem em resposta às questões que lhe eram perguntadas.
O nome urim vetumim significa:
Urim - as letras se acendiam (da raiz 'or', luz)
Tumim - sua resposta era final e inalterável (derivado de 'tam', perfeito)
Por isso, a placa peitoral além de ser chamada simplesmente de chôshen era também conhecida como 'Chôshen Mishpat' (mishpat - sentença), uma vez que a decisão final sobre cada assunto duvidoso era alcançada através da iluminação das pedras.
Apenas assuntos referentes ao rei, ao tribunal ou ao povo judeu como um povo poderiam ser consultados através das pedras. Não era permitido questioná-las para propósitos particulares.
O questionador costumava ir ao Sumo Sacerdote, que portava os urim vetumim. O Sumo Sacerdote voltava sua face em direção a arca (sobre a qual a Divindade pairava), e o inquiridor, de pé atrás dele, tinha de perguntar a questão em voz baixa, no tom de quem está rezando. O Sumo Sacerdote era então inspirado pelo espírito Divino. Ao olhar para as letras da placa que se acendiam, podia combiná-las corretamente e decifrar a resposta de D'us.
Os urim vetumim foram consultados pelo povo de Israel durante o período bíblico. Pararam de funcionar com a destruição do primeiro Templo Sagrado.
Aharon recebeu o privilégio de portar o nome Divino sobre seu coração como recompensa por sua felicidade, ao ouvir que seu irmão menor Moshê fora escolhido como líder para redimir o povo judeu. D'us disse: "Que o coração que não sentiu inveja porte a placa contendo o Meu Nome"

sábado, 14 de maio de 2011

Qual é a língua mais antiga do mundo?


Segundo o que narra Heródoto, o faraó Psamético I, interessado em descobrir a mais antiga das línguas confiou dois recém-nascidos a um pastor com a ordem de educar as crianças sem lhes dirigir a palavra. Aliás, o rei proibiu toda e qualquer comunicação oral com elas. Dessa forma, pensava o rei, a primeira palavra que estas crianças pronunciaram seriam da língua mais antiga do mundo. Volvidos alguns anos, o pastor informou o rei que as criaças apenas falavam a palavras “bekos”. Após algumas investigações descobriu-se que “bekos” significavam “pão” em frígio, logo, o frigio seria a mais antiga das línguas.

Uma discussão que era tradicional nos meios académicos e escolásticos medievais era a questão da língua falada por Adão e Eva. Muitos acreditavam ser o hebraico, por isso o imperador Frederico II (1212-1250) voltou a experimentar a fórmula de Psamético, mas com a diferença das crianças apenas serem amamentadas e retiradas do contacto com outros humanos. As crianças morreram antes de se chegar a alguma conclusão. Alguns anos depois foi a vez de Jacob IV da Escócia tentar a sua versão da experiência, mas com amas surdas. As crónicas rezam que as crianças falavam um hebraico perfeito.

Só no século XVII é que Johann Herder prova que a linguagem humana não era um dom divino, mas sim uma construção mental. Herder dizia que a língua surgiu de um impulso que o ser humano tem em falar de se expressar. Os primeiros humanos começaram a se comunicar através de gritos que imitavam os animais, gritos esses que passaram a ser o nome pelo qual esses animais passaram a ser conhecidos. Tem lógica se eu chamar um gato de miau e um cão de au-au. Mas como é que vou chamar uma preguiça? E uma mesa e uma cadeira? É óbvio que a teoria de Herder tem menos lógica do que a hipótese de Adão e Eva terem falado hebraico.


Adenda ao post: No Port Moresby, que gentilmente linkou este post, um comentário perguntou pelas fontes do texto. Com razão apontaram a minha falha, e aqui vão as fontes onde podem ser consultados:

Oliver Sacks - "Vendo Vozes" (2002), Companhia das Letras, São Paulo
Begonya Torres Gallardo - "La Comunidad Sorda" (2003), Isep, Barcelona

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Organogramas do Antigo Testamento


Organogramas da estrutura do Antigo Testamento para serem usados por professores em aulas de Bibliologia, Antigo Testamento e outras matérias.










A HISTÓRIA DA IMPRESSÃO DA BÍBLIA EVANGÉLICA NO BRASIL





A primeira tradução da Bíblia em português, foi feita por um evangélico: o pastor João Ferreira de Almeida, que construiu sua obra magistral a partir das línguas originais das Escrituras. Fato interessante é que o trabalho foi realizado fora de Portugal, sendo o tradutor nascido português, em 1628, numa localidade perto de Lisboa. A cidade onde efetuou a tradução chamava-se Batávia - atual Jacarta -, capital da república da Indonésia, na Ilha de Java, no Oceano Índico.

A primeira Bíblia completa na língua portuguesa foi impressa em 1753.

Almeida foi ministro do Evangelho da Igreja Reformada Holandesa, a mesma que evangelizou no Brasil, com sede em Recife durante a ocupação holandesa, no século 17 . Faleceu em Java em 1691.

A Igreja Católica através do tribunal da inquisição, não tendo podido queimá-lo vivo queimou-o em estátua em Goa, antiga possessão portuguesa na Índia. Essa Igreja nem mesmo agora, no chamado Ecumenismo, se desculpou de tais coisas.

1. A Versão de Almeida

O Novo Testamento.

Almeida traduziu primeiro o Novo Testamento, que foi publicado em 1681 em Amsterdam, Holanda. Na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, há um exemplar da terceira edição de O Novo Testamento de Almeida, feita em 1712.

O Antigo Testamento.

Almeida traduziu o AT até o livro de Ezequiel. A essa altura Deus o chamou para o lar celestial, em 1691. Ministros do Evangelho, amigos seus terminaram a tradução, a qual foi publicada completa em 1753.

A sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, de Londres, começou a publicar a tradução de Almeida em 1809, apenas o Novo Testamento. A publicação da Bíblia completa, num só volume, aconteceu a partir de 1819. O texto em apreço foi revisado em 1894 e 1925. A Bíblia de Almeida foi publicada a primeira vez no Brasil em 1944 pela Imprensa Bíblica Brasileira, organização batista. A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira tem sido maravilhosamente usada por Deus na disseminação da Bíblia em português, em trabalho pioneiro e continuado.

1. As versões ARC (Almeida Revisada e Corrigida) e ARA (Almeida Revista e Atualizada.

A Imprensa Bíblica Brasileira publicou em 1951 a edição revista e corrigida, abreviadamente conhecida por ARC.

Uma comissão de especialistas brasileiros trabalhando de 1945 a 1955, preparou a edição Revista e Atualizada de Almeida, conhecida abreviadamente por ARA. É uma obra magnífica, com melhor linguagem e melhor tradução. O NT foi publicado em 1951. O AT, em 1958. A publicação é da Sociedade Bíblica do Brasil. Foi usado o texto grego de Nestle para o NT e o hebraico.

A Comissão Revisora Permanente da ARA.

Revisão é uma atualização do texto em vernáculo, para que se o entenda melhor. Razão: uma língua viva evolui como todas as coisas vivas. Há uma comissão viva permanente de revisão da ARA, mantida pela Sociedade Bíblica Brasileira, acompanhando os progressos da crítica textual.

2. Antônio Pereira de Figueiredo.

Padre católico, romano. Grande latinista. Editou o NT em 1778 e o AT em 1790. Tradução feita em Portugal.

3. A " Tradução Brasileira"

Feita por uma comissão de teólogos brasileiros e estrangeiros. O NT foi publicado em 1910 e o AT em 1917. É tradução mui fiel ao original. Esgotada.


4. Huberto Rhoden.

Padre brasileiro, de Santa Catarina. A obra foi publicada em 1935. Esse padre deixou a igreja Romana. A versão feita por ele é muito usada na crítica textual. Encontra-se esgotada.

5. Matos Soares.

Padre brasileiro. Traduziu da Vulgata. Foi publicada no Brasil em 1946. Já o era em Portugal desde 1933. É a Bíblia popular dos católicos romanos de fala portuguesa. Um grave inconveniente são os itálicos que às vezes são mais extensos do que o texto em si, e conduzem a preconceitos e tendências.

6. A versão da Imprensa Bíblica Brasileira.

A Imprensa Bíblica Brasileira (IBB) lançou em 1968, após longos anos de cuidadoso trabalho, uma nova versão em português, conhecida como VIBB, baseada na tradução de Almeida.. Ela foi publicada apenas em formato grande, o formato de púlpito. Em 1972 foi lançado o formato popular, comum, Nessa versão foram utilizados os melhores textos em hebraico e grego. Ótima versão.

7. Outras Versões.

A Igreja Católica Romana tem publicado mais edições dos Evangelhos e do Novo Testamento Os itálicos, notas e apêndices, conduzem às doutrinas do catolicismo. Os Testemunhas de Jeová publicam uma versão falsificada de toda a Bíblia - "a Tradução Novo Mundo". O texto é mutilado e cheio de interpolação. Foi preparado para apoiar as afirmações antibíblicas da seita..

8. A importância da Bíblia em português.

A língua portuguesa é falada em todos os continentes, fato que revela a importância da Bíblia estar traduzida em português.

Autoria indefinida.

Fonte:
SOS Espiritual

O QUE É TEOLOGIA?






por Antonio Francisco

Qualquer estudo que expresse o que a Bíblia ensina sobre qualquer assunto, pode ser considerado teologia. É importante considerar a sistematização do estudo, daí a chamada Teologia Sistemática. É uma maneira de facilitar o entendimento do que a Bíblia ensina.
Meu objetivo aqui é ir diretamente ao texto bíblico para tentar entender o que a Bíblia diz sobre os assuntos a serem considerados. Parto do pressuposto de que a Bíblia é a autoridade final em definir aquilo em que devemos crer. Como diz Charles Hodge: “As idéias obtidas por intuição, por observação ou por experiência são válidas na teologia somente se forem sustentadas pelo ensino das Escrituras”. E nas palavras de Martinho Lutero: “Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”.
O estudo teológico aqui, concentra-se na compilação e na sintetização das passagens bíblicas sobre um determinado assunto. Procurarei ser breve e compreensível na formulação dos conceitos e explicações. Para isso serão usados termos que não se encontram na Bíblia, mas que resumem conceitos bíblicos, como, Trindade, encarnação e divindade de Cristo.
Um aspecto de suma importância no estudo teológico, é a sua aplicabilidade. Nenhum estudo bíblico tem um fim em si mesmo, isolado da vida prática. Embora a teologia se refira mais ao que Deus quer que creiamos e conheçamos, não podemos ignorar o aspecto ético que está ligado mais ao que fazemos.
Uma pergunta que já me fizeram várias vezes é se minha igreja tem doutrina. É uma pergunta tendenciosa ou no mínimo ingênua, feita para um pastor. Geralmente quando alguém faz esse tipo de pergunta, está se referindo aos ensinos próprios de sua igreja e que são tidos como identidade daquele grupo. O que é doutrina? A palavra doutrina significa ensino. Vem de uma palavra grega que deu origem à nossa palavra didática. Na verdade toda igreja tem doutrina. Resta considerar se a doutrina é o que a Bíblia ensina sobre determinado assunto.

OS CRISTÃOS PRECISAM ESTUDAR TEOLOGIA

Será que não basta ler a Bíblia regularmente? Por que estudar teologia? Jesus falou da necessidade de ensinarmos os crentes a obedecer a tudo o que ele ordenou (Mt 28.20). Isso inclui interpretação e aplicação do Novo e Antigo Testamento. Cumprir esse mandamento de Jesus é ensinar o que a Bíblia toda nos ensina hoje. Para isso, é necessário compilar e resumir todas as passagens bíblicas sobre um assunto específico. Levaríamos muito tempo para reunir tudo o que a Bíblia diz sobre diversos assuntos. Para isso temos o trabalho de estudiosos que têm feito essas pesquisas de modo aprofundado. Nosso estudo e ensino serão mais efetivos se conhecermos todos os textos bíblicos possíveis sobre os assuntos considerados e resumirmos todo esse conhecimento. É aqui que começamos a ver a importância da teologia sistemática. Essa, portanto, é a razão básica para estudarmos teologia.
Além disso, o estudo da teologia nos ajudar a superar os conceitos errados, dando-nos embasamento doutrinário sobre questões polêmicas. Estudar teologia é como montar um quebra-cabeça. Quanto mais peças conseguirmos encontrar e colocar nos devidos lugares, mais fácil ficará colocar outras. Um cristão que estuda teologia se torna mais maduro, pois o ensino está relacionado com a piedade (1 Tm 6.3).

CUIDADO COM AS OBJEÇÕES

Vivemos numa sociedade cada vez mais cética para as verdades de Deus. Há uma crença filosófica de que não se pode chegar a conclusões finais sobre nada. É aquela idéia de que tudo é relativo e nada é absoluto. Quando estudamos teologia, devemos ousar enfrentar essas idéias e não temer fazer afirmações categóricas a partir da Bíblia – A Palavra de Deus.
Além de serem contrários a afirmações conclusivas sobre qualquer assunto, mesmo com base na Bíblia, muitos, no que parece ser um bom argumento, dizem que devemos estudar teologia apenas para tratar dos assuntos que a Bíblia já explicita. A questão é que a Bíblia não fala de tudo que nos envolve, nem poderia, pois muito do que nos interessa hoje, não fazia parte da vida das pessoas nos tempos bíblicos. Por exemplo: O que a Bíblia diz sobre o fumo? Nada. Porque o fumo não fazia parte daqueles dias, como é tão comum atualmente. Portanto, mesmo não tratando especificamente sobre determinados assuntos, a Bíblia tem princípios que se aplicam a tudo. O estudo da teologia se presta também a isso, ver a vida à luz dos ensinamentos da Palavra de Deus – A Bíblia.

DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM RESPONSABILIDADE

1. Devemos estudar teologia com oração.

A Palavra de Deus é discernida espiritualmente. Por isso, devemos orar pedindo a Deus que abra os nossos olhos para podermos ver as maravilhas de sua lei (1 Co 2.14; Sl 119.18). Entender a Bíblia é uma virtude espiritual que somente Deus pode nos dar (Ef 1.17-19). A qualidade de nosso estudo teológico passa pela qualidade de nossa espiritualidade, que se manifesta numa vida de dependência de Deus pela oração.

2. Devemos estudar teologia com humildade.

A Bíblia diz que “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (1 Pe 5.5). À medida que aprendemos das Escrituras, devemos ter o cuidado de não nos orgulharmos, assumindo assim uma atitude de superioridade em relação àqueles que não conhecem o que temos estudado. Para evitar o orgulho, devemos associar o conhecimento ao amor (1 Co 8.1).

3. Devemos estudar teologia com a razão.

Podemos e devemos usar nossa razão para estudar e tirar conclusões do estudo das Escrituras Sagradas, mas nunca fazer deduções que contradiga o que a própria Bíblia diz. Nossas conclusões lógicas podem muitas vezes ser errôneas, pois os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos pensamentos (Is 55.8-9). A Bíblia é a essência da verdade, e todo o seu conteúdo é justo e permanente (Sl 119.160). Toda conclusão lógica que tivermos ao estudar teologia, deve estar em harmonia com toda a Bíblia. Caso contrário, nossa lógica está enganada, pois a Bíblia não se contradiz jamais.

4. Devemos estudar teologia com a ajuda de outros.

Deus estabeleceu mestres na igreja (1 Co 12.28). Isso significa que devemos ler livros escritos por teólogos preparados. Conversar com outros cristãos sobre teologia é também uma excelente maneira de conhecer mais sobre Deus.

5. Devemos estudar teologia compilando passagens bíblicas.

O uso de uma boa concordância bíblica nos ajudará a procurar palavras-chave sobre determinado assunto. Resumir versículos relevantes e estudar passagens difíceis também ajuda. É grande a alegria ao descobrir temas bíblicos. É a recompensa do próprio estudo.

6. Devemos estudar teologia com alegria.

Não podemos estudar teologia de forma fria, pois ela trata do Deus vivo e de suas maravilhas. O estudo da Bíblia é uma maneira de amar a Deus de todo o coração (Dt 6.5), pois seus ensinamentos “dão alegria ao coração”, são grandes riquezas (Sl 19.8; 119.14). No estudo da teologia somos levados a dizer: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” (Rm 11.33-36).


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